Crítica originalmente publicada no blog Universo Leitura em 21/09/2014.
O mais recente filme da obra de Akira Toriyama foi o meu alvo durante esta semana. Não iria esperar passar na TV ou lançar em DVD, pois não o vi no cinema por estar com os dois pés atrás. A sensação foi a mesma ao encontra-lo na internet, em um site de ótima qualidade, por sinal. Esqueci os comentários negativos que havia visto na época do lançamento, ciente de chegar à minha própria conclusão (é o que todos deveriam fazer antes de ver qualquer filme). Bem, já não esperava por algo de nível épico ou colossal vindo da trama que se desenrolava. Tenho que admitir que achei 1 hora e 25 minutos extremamente pouco, pelo menos para dar algum enfoque digno à personagens que sequer tiveram falas ou tempo de tela aceitável, os quais são Tenshinhan, Chaos, Nº18, Mr. Satan e Boo.A frustração maior se deve exatamente ao subaproveitamento dos guerreiros Z.
A intenção de apresentar um inimigo mais poderoso do que Majin Boo fica clara do início ao fim, só de perceber que o tal vilão é um deus. Bills não passa antagonismo, sua desenvoltura é risível e suas habilidades são forçadas a ponto de tentar fazer o espectador vê-lo ilusoriamente como um oponente invencível. Sem falar também no seu visual, onde mais parece uma versão esdrúxula de um Mewtwo anoréxico. E citar Freeza foi mais uma jogada forçada por parte de quem produziu este longa. Goku está mais bem-humorado e boa-praça neste filme, mas também a característica que o marcou em Dragon Ball está presente, que é a ingenuidade, claramente inserida apenas para mostrar a nostalgia da qual esse filme carrega. Nostalgia esta que prejudica o enredo. Especificamente, a comédia foi o ponto alto, mas não significa alto de mais positivo, e sim de mais crítico. Tudo parece funcionar à base do humor, tão presente na primeira fase, onde não se via violência exagerada e os personagens igualmente ingênuos como o protagonista. Até Pilaf e seus subordinados entram em cena, o que elucida o fato do saudosismo de Akira.
O ponto que ficou devendo e quase não existe são as lutas. Não vou nem comentar a respeito da primeira luta de Goku contra Bills, foi deplorável. A duração pífia foi o fator chave para este pormenor. Por outro lado, há ressalvas positivas quanto à questão técnica, os gráficos muito bem produzidos, efeitos inéditos para um filme do anime, são alguns dos poucos pontos altos (positivamente). O tão esperado Super Sayajin God pouco surpreende e não passa emoção alguma no momento de sua manifestação e o fato de ter que ser liberado em grupo foi perda de tempo e atrasou ainda mais a luta final. Muitos diálogos monótonos e previsíveis incomodam, principalmente na luta final, onde se vê mais um falatório desnecessário entre os dois "deuses" do que socos e raios de energia.
Vegeta não é mais um príncipe dos sayajins arrogante e convencido, tendo que se sujeitar à cenas ridículas, como a tal dancinha no bingo... sério, deu vontade de chorar, porque aquilo não é o Vegeta, sem falar também que apanhou feio para um vilão que sequer deve ser levado a sério. Gohan, que estava na forma mística, simplesmente transforma-se em Super Sayajin sem dar explicações do porque. Sim, porque? Coisas neste filme criam sementes de dúvidas, mas a maior delas foi do porque apenas comédia ser levada em conta. Não que eu esperasse um filme mais dramático, mas sim com uma trama bem consistente e interessante. Comédia só é bom em filmes de ação quando ambos estão bem equilibrados. Infelizmente não é o caso de Battle Of Gods.
Considerações finais:
Não foi o Dragon Ball que eu esperava, mas de uma coisa tenho certeza: está longe de se equiparar aos outros filmes e, acima de tudo, longe de honrar o anime, apesar da proposta ser compreensível, mas executada com uma fraca empolgação.
NOTA: 5,0 - RUIM
NOTA: 5,0 - RUIM
Veria de novo? Provavelmente não.
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagem retirada de: https://geekness.com.br/trailer-dbz-batalha-dos-deuses/
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