Crítica - X-Men Origins: Wolverine


A origem que nem Logan gostaria de lembrar.

AVISO: A crítica abaixo contém arrependimento. 

Por diferentes fatores, os acabamentos finais da jornada solo de Wolverine, cuja missão primordial era apresentar sua origem sob uma lente menos fidedigna ao material-fonte, o colocaram numa classificação de "maçã podre do cesto". Porque foi exatamente nele que se deu o ponto de partida para a bagunça cronológica que a franquia X-Men tornou-se daí em diante impregnando vários pontos de interrogação no público. Convenhamos, esse trem descarrilou feio com a ausência de Bryan Singer nesse meio tempo. O diretor que iniciou acertadamente esse universo não é aqui tratado como um "salvador da pátria", ele não seria tão perfeito ao ponto de consertar esse tipo de estrago em tão pouco tempo, a menos que comandasse um reboot para lhe poupar do exaustivo trabalho de remontar as peças espalhadas.

O filme é de uma desorganização tremenda. O papel de prelúdio beira a ser suprimido pelo fator "X-Men" com o qual o roteiro é bem insistente em emplacar ao longo da trama como se fosse um aviso de que a sustentação do conjunto não é forte suficiente caminhando sem isso. As passagens pelas diversas vidas de Logan até que são parte de uma boa montagem. Aliás, o longa produz um bom início capaz de evocar expectativa. Só para em seguida ir frustrando de pouco em pouco os seus sonhos de ver uma origem foda e com o gás necessário para ser conduzida. A "complexa" relação entre Logan e Victor Creed (Dentes-de-Sabre) não transmite mais que a pura chatice dramática, ainda mais com a previsível virada de casaca do irmão malvado na batalha do terceiro ato. Um trabalho decente da direção de Gavin Hood não compensa um roteiro capenga. Afirmo isso com total veemência já que a muleta principal é o desfilar de figuras familiares aos leitores mais entusiastas das HQs como Gambit, Emma Frost, Deadpool (oh céus...), Blob, Bolt e Mercúrio.

Assim como direção e roteiro desbalanceados, o mesmo vale para os efeitos e as coreografias de ação. As garras de adamantium não parecem estar ali, o CGI de $ 1,99 as deixou com uma artificialidade que me recuso a acreditar que os roteiristas quiseram passar alguma verdade para que o público ao menos fingisse que ali são garras retráteis de uma liga metálica quase indestrutível. Na cena em que Wolverine analisa suas garras no espelho isso fica bem cristalino, dando vontade de enfiar a cara num travesseiro de tanta vergonha por um quesito técnico se mostrar tão regredido. A ação, por outro lado, é o porto seguro para um entretenimento conformativo (como não se empolgar com Wolverine arregaçando com os inimigos na sua própria aventura?) e ouso dizer que gosto do confronto derradeiro apesar dos pesares (é, me refiro àquela amálgama de mutantes que chamaram de Deadpool sendo como um último desafio para as duas feras da pesada).

Considerações finais:

Tenta separar e isolar completamente os (escassos) bons momentos de X-Men Origins: Wolverine se você contenta-se fácil com migalhas e fiapos. Um filme dos X-Men sobre o Wolverine que ao invés de embutir acréscimos que visem o expandir do universo acaba fazendo uma farofada de desespero por aparentemente (olha eu sendo generoso ¬¬) não saber como contar direito a história do seu protagonista. É de cair o cu da bunda.

PS1: Ratifico: Eu curto mesmo de montão a luta de Wolverine e Victor vs. Aquilo-Que-Restou-Do-Deadpool. Trocar socos e chutes num chão fininho daqueles requer talento de fibra...

PS2: Bala de adamantium na cabeça apaga a memória do Wolverine... Tá OK, Fox! Tá sertissímo!

PS3: A época onde se passa é totalmente indefinida. Tudo culpa do Professor X andando, mas com a aparência mais velha igualmente da trilogia. Pode ter sido isso que gerou a confusão feita em relação à linha do tempo (que só ia piorar x_x).

PS4: E pensar que fui louco de adquirir o DVD desse troço em 2013 na esperança de arrefecer minha crítica ainda mais negativa que essa formada na primeira olhada. Tá mofando até hoje na estante...

NOTA: 6,0 - REGULAR

Veria de novo? Provavelmente não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

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